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Em reconhecimento aos reisados, SESC inaugura Museu Casa do Mestre Aldenir

Atualizado: 10 de out.


Foto: Ribamar Neto


“Nunca pensei em ser mestre de reisado, nasci no Baixio Verde sentindo o cheiro do mato. No engenho de Rui comendo mel e rapadura, fui lutar pela cultura no município do Crato”. Esse é um trecho de uma das músicas que José Aldenir Aguiar, ou mestre Aldenir, canta, enquanto brinca reisado, uma tradição popular tão presente no Cariri cearense. Pois esse “brincar” tornou-se Museu Orgânico inaugurado pelo Sesc em parceria com a Fundação Casa Grande, neste sábado, 24.


A inauguração do Museu Casa do Mestre Aldenir faz parte da programação da Mostra Sesc Cariri de Culturas que comemora 25 anos, sendo uma homenagem ao Reisado Reis de Congo do Mestre Aldenir Aguiar, um dos mais tradicionais da região do Cariri.


Foto: Junior Panela


O presidente do Sistema Fecomércio Ceará, em exercício, Luiz Fernando Bittencourt, destacou que a arte tão bem preservada e disseminada de mestre Aldenir atende aos valores excepcionais e universais do patrimônio cultural da humanidade em autenticidade, integridade e universalidade, por isso, foi escolhido para ser um Museu orgânico.


“Homenagear esse tesouro vivo que é mestre Aldenir e seu reisado Reis de Congo, é celebrar esses costumes e também sua vida. Para quem não sabe, esta semana, Mestre Aldenir completou 91 anos de idade, e em nome de toda nossa diretoria, conselheiros e colaboradores, receba nossos desejos de muita saúde, arte e brincadeiras. Parabéns, Mestre”, comemorou.

Mestre e Rei de Congo



Foto: Ribamar Neto


Mestre Aldenir agradeceu e ressaltou a necessidade da valorização da cultura popular, algo que, segundo ele, o Sesc sempre fez. “Só vou dizer uma palavra, agradecer o Sesc que dá valor a cultura popular, faz tudo para, no final, dar tudo certo. Desde que começou a Mostra venho acompanhando e ela só cresce. Só tenho que agradecer de coração a essa família do Sesc, uma família que sabe o que é cultura popular”, enfatizou o mestre.


Nascido no sítio Baixio Verde, município do Crato, no dia 20 de agosto de 1933, cresceu trabalhando na roça, brincando de futebol de bola de meia e de figurinha no reisado do tio, Francisco Cunha de Aguiar, irmão da mãe, conhecido como Chico mouco.

É reconhecido como Mestre na tradição do Reisado de Congo, em 2004, titulado como Tesouro Vivo da Cultura do estado do Ceará e Notório Saber em Cultura Popular, concedidos pela Secretaria de Cultura do Ceará e a Universidade Estadual do Ceará (UECE), respectivamente.


Sobre os Museus Orgânicos


Os museus orgânicos são casas, oficinas, espaços dos mestres da cultura popular. Nessas moradas, encontram-se objetos pessoais, fotografias, vestimentas, instrumentos e tudo que marca o dia a dia e consolida as manifestações tradicionais. O projeto ressignifica o território, transformando em lugares de memória afetiva com possibilidade de visitação e movimento do turismo local.


O projeto nasceu com o amadurecimento da parceira com a Fundação Casa Grande, localizada na cidade de Nova Olinda, para o fortalecimento de uma rede formada por lugares de memória, sendo o Sesc um ativador desses espaços.


Para que se tornem Museus Orgânicos, os projetos passam por pesquisas e estudos consistentes a respeito de cada tradição cultural, suas referências coletivas e o impacto na comunidade.

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